Iniciaremos hoje a Coluna Falando de Negócios, com nosso ilustre convidado, o consultor em Gestão Empresarial, Ronaldo Fávero.
Nosso primeiro assunto será: Indicadores de desempenho – tipos de indicadores e o que é preciso levar em conta na escolha.
A escolha e o uso de indicadores de desempenho têm se revelado assuntos bastante desafiadores, na quase totalidade das empresas.
Os indicadores podem ser utilizados para monitorar atividades, processos, áreas e empresas, como um todo.
Tipos de indicadores
Existem indicadores para medir a eficiência e a eficácia. Podem ser, ainda, absolutos e relativos.
- Indicadores de eficiência: relacionam um resultado a um recurso. Exemplo: consumo de combustível de um veículo, medido em km/litro. Ou seja, para cada litro de combustível (recurso), em média, consegue-se rodar “n” km (resultado da aplicação do recurso).
- Indicadores de eficácia: relacionam um resultado obtido com um resultado esperado. Exemplo: entregas feitas no prazo/entregas feitas. A eficácia significa atingir os resultados esperados (meta), seguindo os planos definidos (ações, prazos, responsáveis, recursos, para se atingir as metas).
- Indicadores relativos: são mais adequados do que os absolutos, para se comparar o desempenho em momentos diferentes e utilizando-se bases diferentes. Exemplo, número de acidentes a cada 1.000.000 de horas trabalhadas é mais representativo do que o número absoluto de acidentes, para uma comparação ao longo do tempo, onde o número de funcionários pode variar, afetando a comparação.
- % e PPM (partes por milhão) também são utilizados como unidades para os indicadores relativos.
O que levar em consideração na escolha dos indicadores
- As partes interessadas (stakeholders) devem ser consideradas na definição dos indicadores. Exemplos: clientes, colaboradores, acionistas, fornecedores, comunidade, governo, além do fator crítico de sucesso (FCS) da empresa.
- Vamos imaginar que o FCS da empresa seja entregar os produtos aos clientes no prazo. Além de termos este indicador, quais outros podem impactar no seu resultado e que, por isto, precisam ser apurados e monitorados?
- Uma boa estratégia, ainda, é escolher um ou dois indicadores de cada tipo (eficiência e eficácia) para cada processo, área ou parte interessada.
- A definição dos indicadores deve ser feita com a maior participação possível das pessoas da empresa, que devem considerar o uso dos indicadores como uma coisa sua e não imposta pela empresa ou por alguém.
Análise dos resultados
Deve-se comparar:
- A linha de tendência com o objetivo (aumentar/diminuir). Exemplo: Indicador de absenteísmo. Objetivo: diminuir. Se a representação gráfica mostrar uma linha de tendência descendente, então a tendência é “boa”.
- O resultado médio (ou acumulado) com a meta. Se o prazo terminasse agora, teríamos alcançado a meta?
- O resultado de um mês com o mesmo mês do ano anterior. Daí, o uso dos 13 pontos móveis.
- O resultado do mês com a meta.
Existem empresas, ainda, que para saberem se o desempenho está melhorando, ou não, ao longo do tempo, analisam e comparam os resultados: do último mês, do acumulado do ano, dos últimos 12 meses, dos anos anteriores.
O que fazer, em função dos resultados?
Sempre que o resultado não for bom em qualquer uma das comparações citadas, deve-se tomar alguma providência (exemplos, alocar recursos, redefinir responsabilidades e ações, dentre outras).
Quando a meta for atingida, pode-se redefinir a mesma, com desafios maiores, mas levando-se em consideração limitações econômicas, técnicas, etc.
